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16/04/2020Pesquisadores da PUCRS desenvolvem novo teste para coronavírus
Um grupo de docentes e pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) desenvolveu um novo exame para detectar a Covid-19.
O exame é mais barato e leva menos tempo para que o vírus seja detectado, de acordo com o coordenador do projeto e professor da PUCRS, Daniel Marinowic.
"Desenvolvemos uma metodologia bem mais barata que custa em torno de 1/3 do teste padrão. O teste padrão trabalha com sondas, é o preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e feito pelo Lacen, mas é um teste muito caro e não tem insumos para atender toda a demanda. Focamos para melhorar isso, a condição de custo sem perder o processo de teste molecular", explica Daniel, que atua na área de biologia celular e molecular.
"Ele é um teste feito com a mesma amostra do teste padrão, coleta no nariz e na garganta, consegue identificar a partícula viral. Não é um teste rápido de sangue, que é impreciso. Esse é preciso", explica Daniel.
O teste desenvolvido pelos pesquisadores custa R$ 50 e o resultado é apresentado em cerca de três horas após a amostra chegar ao laboratório.
O teste padrão custa R$ 150. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde do RS, o Lacen realiza o exame em 48 horas a partir do momento que a amostra chega ao laboratório.
De acordo com pesquisadores, o foco do exame desenvolvido é fazer uma triagem em larga escala de negativos.
Caso haja pessoas que testem positivo, os profissionais sugerem que seja confirmado com uma contraprova do teste padrão.
"Não podemos afirmar que o nosso teste irá substituir o protocolo. O teste, com plena segurança, é capaz de fazer uma triagem para o negativo ao coronavírus. Nosso positivo, por mais que tenhamos absoluta certeza, não podemos bater o pé e firmar. Se fosse tão simples quanto isso, não precisaria fazer o protocolo", esclarece Daniel.
O professor aponta como exemplo uma empresa que precisa afastar os funcionários que tiveram sintomas do coronavírus mas não sabe se eles estão de fato com o vírus.
"Se tiver 1000 funcionários de uma empresa e quer fazer a triagem de todos terá menos custo e velocidade muito efetiva. Caso o resultado 980 negativos, 20 positivos, sugerimos que esses 20 sejam confirmados com o teste padrão. Mas, ao invés de gastar o valor do protocolo padrão para todos os 1000 funcionários, gasta apenas para os 20 funcionários. E assim as atividades de trabalhos essenciais podem trabalhar com segurança", enfatiza o coordenador.
Assim, a população fica mais tranquila em relação a propagação do vírus e quem trabalha com atividades essenciais, pode retomar ao trabalho.
"A ideia na verdade surgiu em prol de redução de custos e velocidade em relação ao processo. Tentar tirar as pessoas da escuridão e incerteza. Ter uma ferramenta que possa ser aplicada de forma corporativa, para empresas que tenham interesse, quem sabe haja uma mudança de conduta de quarenta. Tranquilizando com exames periódicos", diz.
As amostras do exame serão testadas no Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InCer). A intenção dos pesquisadores é abrir a oferta para o meio corporativo e também prefeituras que tenham interesse.
De acordo com o professor, no momento, o laboratório tem capacidade para fazer 80 amostas a cada três horas.
Durante a pesquisa e desenvolvimento, para validar os resultados, os pesquisadores utilizaram as amostras de pacientes que internaram com suspeita de coronavírus no Hospital São Lucas da PUCRS.
"O paciente que entra com suspeita é coletado no hospital e são enviados para laboratório de apoio. Em paralelo, nós trabalhamos com a mesma amostra, toda amostra que o São Lucas está mandando, a gente esta fazendo em paralelo para bater os exames", explica Daniel.
"Nossa ideia, foi pensar no que podemos fazer para agilizar esse processo. Para mostrar que essas pessoas que elas não estão contaminadas, ou que seus vizinhos ou familiares também não estão".
Texto retirado do site G1